terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Doença vital

    "Nem mesmo sobe efeito da droga mais forte que existe eu consigo te esquecer, talvez porque você seja o verdadeiro motivo para eu estar me entregando a esse vício de vez, mergulhando de cabeça em um mundo sem volta. Perdi o medo da morte quando vi você partir com um pedaço de mim em seu coração, aos poucos me acostumo com a solidão que não sai e não me deixa sair.
    Do toque sútil de seus lábios no meu, ficaram apenas as fotografias e a saudade que parece não ter fim, de dentro para fora a vista é sempre quadrada, como uma pintura borrada ainda não terminada, o céu de azul passou a ser cinza, a chuva já não é feita apenas de água, no final do dia os olhos sempre ficam turvos.   

    Amanhã é outro dia, a noite nem bem caiu o sol já vai se despendido as cenas sempre vão se repetindo e eu cada vez mais distante.
    As cores apagas nas paredes da sala, o chão empoeirado, um monte de roupa não dobrada, apenas jogadas em cima do sofá, a única vontade que eu tenho é a de dobrar a primeira esquina, e sair caminhando sem rumo, indo cada vez mais para o fundo, onde ninguém mais poderá me encontrar, aquele nosso esconderijo virou ponto de encontro dos mais jovens, todo mundo sobe lá no morro para fazer o mesmo que fazíamos, mas não tem o mesmo significado, não faz mais sentido, eu ficar ali sentado esperando você ao redor de vários casais apaixonados, ao menos o morro se salvou e se tronou encantado, enquanto a gente se descuidava, muitas coisas mudaram, e nem todas são do meu agrado, as vezes quero esquecer, as vezes tento lembrar, as vezes apenas fico observando o vazio, as vezes eu sou o próprio vazio, assim como uma vaso sem flores, assim como um coração cansado... assim"._Ricardo Pedroso

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